sábado, 30 de maio de 2009

Is about to leave... Is about change

Existem coisas que realmente nos sufocam. Pode ser um trabalho muito difícil na faculdade, uma responsabilidade estressante, ou pode ser algo que foge do seu controle, e que paulatinamente, você precisa cortar pela raiz antes que domine a você mesmo... Isso é (no meu caso)a realidade da vida virtual, com seus muitos blogs, orkuts, facebooks e twitters, perfis e construções de personagens.

Sim, eu cansei de boa parte dessa vida - essa existência meramente binária tem dominado meus dias, consumindo-os como um verdadeiro vício faz com seus dependentes. Por isso mesmo, tomei decisões um tanto quanto radicais, como fechar meu twitter e manter meu orkut de maneira um tanto quanto “light”.

Afinal de contas, quero me dedicar a muitas outras coisas que não sejam scraps. Atolado de trabalho, eu renuncio essas mídias, não porque elas sejam ruins, mas simplesmente porque eu não quero me tornar um escravo desses portais.

O blog continua, é claro, até mesmo porque é aqui que eu posso dizer abertamente as coisas que penso, e ainda que não tenha grande audiência, sei que é o melhor espaço para o diálogo, e para fazer conhecido quem eu sou. Além disso a internet me proporciona uma importante ferramenta para leituras e intercâmbio de ideias.

Em tempos que Susan Boyle não vence o Britain's got talent, eu renuncio a boa parte do que eu considero "stuff" na internet, e foco em coisas realmente importantes. O blog também vai mudar um pouco, afinal de contas nos próximos meses muita coisa interessante deve acontecer - vida universitária de viagens e responsabilidades.

Mas o conteúdo vai continuar misturando pop, jornalismo e muitas outras coisas, tudo isso misturado às minhas impressões pessoais e experiências. Aliás, essa é uma palavra que resume bem meus últimos tempos: experiências!

Desafios interessantes estão chegando, entre eles está aprender alemão (será que eu consigo?), e também pensar em deixar o país numa trip sem precedentes (será, será?). Se é realmente a “roda viva” que determina nossos destinos, como dizia Chico, muita coisa vai acontecer.

Mas "All that you can't leave behind" também fala do que podemos deixar pra trás, daquilo que nos tem irritado ou aprisionado. Eu definitivamente me liberto do cativeiro. Quero me envolver em coisas importantes, em coisas que realmente façam mais sentido do que preocupar-se com perfis e imagens. Quem somos nós em meio a isso tudo?

Existem mudanças realmente importantes, necessárias. Se é possível mudar, porque não tentar? Nesta terra de ninguém chamada internet, nós pós-modernos acabamos nos perdendo cada vez mais, e ilusoriamente achamos que nos encontramos a cada perfil criado... Que possamos ver os rios que nascem no deserto, e aproveitemos a correnteza, para buscar não apenas nossa sanidade, mas também para resgatarmos nossas próprias identidades!


THAT'S ALL. Is about to leave...

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"Se não rimos de nós mesmos, a vida vai parecer mais longa do que gostariamos"
(GARDEN STATE, HORA DE VOLTAR )

domingo, 24 de maio de 2009

A grande batalha [Frost/Nixon review]



Exatamente no dia 8 de agosto de 1974, o 37° presidente dos Estados Unidos anuncia sua renúncia em rede nacional. Nixon não sairia ileso de um possível impeachment, e por isso mesmo preferiu antecipar-se diante da iminente derrota. Supostamente envolvido no mundialmente conhecido Caso Watergate, o presidente estava encurralado pelas evidências, mas ainda assim negando qualquer participação no caso.

Para muitos, a renúncia não gerou nenhum alívio, pois não teve nenhuma admissão de culpa, nenhuma confissão e tampouco um pedido de desculpas à nação. Para o povo que ia às ruas para protestar contra a Guerra do Vietnã e seus desdobramentos, era como se Richard Nixon saísse pela porta dos fundos.


Ainda que tenha sido absolvido de possíveis crimes pelo então presidente, a sombra da corrupção iria para sempre desmoralizar a imagem pública do republicano que exalava prepotência. Certamente Watergate ecoaria para todo o sempre em qualquer lugar que estivesse.

Mas se havia alguma maneira de tentar melhorar sua imagem pública e ainda ganhar dinheiro, essa maneira era encarar o apresentador de TV David Frost. Nixon sabia que tinha grandes chances de manipular Frost - e certamente analisou que seria muito mais fácil encarar perguntas de um britânico considerado despreparado, do que duelar com um jornalista experiente.

Em maio de 1977, a série de entrevistas foi ao ar na TV americana, e traziam respostas precisas, para perguntas que até então não tinham respostas claras. Diante do imponente Nixon, estava Frost, que revelava não possuir convicções políticas e pensava apenas nos números que a tal entrevista poderia lhe dar. Ele entendia de televisão e estava mais para um showman do que para um jornalista. Mas o fato é que ao longo das entrevistas é perceptível que ele se transforma. Frost acaba compreendendo a importância daquele momento.

Talvez essa transformação tenha sido motivada por aspectos econômicos (tendo em vista que o próprio Frost bancou toda a entrevista), mas ainda assim eu prefiro acreditar que ele percebeu o quanto Nixon sabia jogar com as palavras e dominar situações adversas, e por isso, tenha decidido ir além da mera obviedade.

As cenas carregadas de closes demonstram com clareza todas as reações de ambos durante o duelo de perguntas e respostas. Confortavelmente sentados um em frente ao outro, sabiam muito bem que apenas um poderia vencer, e que era inevitável a desmoralização pública para o que saísse perdedor.

Neste tipo de história, até mesmo os momentos em que se contam os segundos para entrar no ar tornam-se cruciais. Trata-se de uma revisão histórica, e é isso que todos queriam ver. Sendo assim, aquele momento se tronou crucial para definir o futuro tanto de Frost quanto de Nixon.

Frost/Nixon revela-se uma excelente aula de jornalismo e é um grande exemplo de como a comunicação de massa pode transformar uma história, levar uma pessoa ao céu ou ao inferno apenas com um close. A TV não perdoa, capta cada movimento, cada gesto, cada gota de suor que escorre nos rostos. Cada take sugere algo, deixando escapar inquietudes e informações que muitas vezes vão além da fala, e transformam-se em revelações históricas.

O filme é genial em mostrar o desdobramento das entrevistas e tratar de temas tão espinhosos quanto Watergate e o governo Nixon. Os oponentes se colocam diante de holofotes, câmeras e produtores – raciocinam cada movimento, formulam réplicas e tréplicas. Ambos escolhem as palavras e analisam o momento certo de derrubar o oponente.

Em 1977, as entrevistas idealizadas por Frost varreram para sempre Nixon da política com a confissão de seus crimes. Naquele momento, o ex-presidente é derrotado diante das câmeras, e sua face revela toda a frustração diante do fracasso. O próprio Nixon disse que "não esperava nada mais desses filhos da puta chamados jornalistas”.

Podemos imaginar seu semblante no momento exato em que as luzes se apagaram no set, e ele teve que encarar o que viria em seguida: uma das maiores audiências não apenas nos Estados Unidos, mas também em todo o mundo.

Frost/Nixon mistura realidade com ficção, baseando-se nas entrevistas reais que David Frost realizou com Richard Nixon. Em alguns momentos os limites entre a ficção e a realidade lembram “A rainha” que deu o Oscar a Ellen Mirren (ambos os filmes contam com a participação de Peter Morgan). Cenas da TV se misturam com a brilhante interpretação dos atores que sustentam o filme com toda a dramaticidade e adrenalina que a história os permite explorar.

Em tempos de grandiosas produções carregadas de efeitos visuais, Frost/Nixon aborda um complexo assunto político com a firmeza de dois atores que se sentam em cadeiras confortáveis, um em frente ao outro. É a história contada em frente às câmeras e nos bastidores - a narração do episódio real que nos mostra como a comunicação pode, em poucos minutos, derrotar uma pessoa, até mesmo o prepotente e bem articulado Richard M. Nixon.

Frost/Nixon (Frost/Nixon)

Elenco: Frank Langella, Michael Sheen, Sam Rockwell, Toby Jones, Matthew MacFadyen.

Direção: Ron HowardGênero: Drama PolíticoDuração: 122 min.Distribuidora: Paramount Pictures


sexta-feira, 22 de maio de 2009

Sobre o que falar?!


Já faz alguns dias que eu não posto nada no blog. Confesso que estou atolado de atividades, que as leituras (técnicas) da faculdade têm preenchido boa parte do meu tempo, e posso também afirmar que não aconteceu nada de "marcante" nos últimos dias.

Tenho um texto já escrito (porém não revisado) sobre o filme "W" do diretor Oliver Stone... O longa narra de maneira interessante a trajetória do ex-presidente dos Estados Unidos, George Bush. Aliás, histórias de presidentes se tornaram meu principal "divertimento" nos últimos dias, vide a capa de uma grande revista semanal (sobre o presidente Lula) e o filme Frost/Nixon.

Mas para falar de "W" eu preciso ao menos tentar me desapegar da "aura" de vilão que rondou o governo Bush - e isso não para isentá-lo de qualquer culpa, mas até mesmo para compreender melhor a (suposta) vida de um texano rejeitado pelo pai que recebe um chamado divino (clichê ?!). Mas deixo a análise para, quem sabe, um próximo post, pois tenho muito a dizer a respeito do filme, inclusive a respeito de quão precoce pode ser tentar representar este governo que parece ter sido esquecido após a "euforia Obama".

Mas muitos podem se perguntar: qual a relação entre a foto do seriado Friends e o texto que inicia (ou ao menos sugere) uma discussão sobre a figuraça que é (foi) George Bush? - Eu responderia de maneira calma e simples que não há nenhuma relação direta, e que a imagem em questão têm haver unicamente com os meus momentos de puro lazer. E por ser um dos meus passatempos preferidos, é um tema recorrente para o blog.

O fenômeno Friends foi a grande sensação de 2004, com o "gran finale" e não seria nenhum exagero dizer que a série foi o espelho de uma geração (anos 90). Foram 10 anos de um sucesso muito peculiar no mundo da televisão, além de um roteiro que não se esgotou, deixando sempre no ar a espectativa de boas risadas. Enfim, em dias tão iguais de atividades mil e correria, pensar um pouco sobre política e entreter-se diante da TV pode ser algo realmente divertido.

O blog tá meio parado, e por isso mesmo quero propor que você me ajude a escolher qual o tema do próximo post(algo mais interativo, e quem sabe até mais interessante):

1 - Friends
2 - W (filme sobre Bush)
3 - Frost/ Nixon

Deixo essas três opções e conto com o seu auxílio!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Carta de maio

Foi aos pés do Corcovado, logo ali nas Laranjeiras - os vinte chegaram anunciando algo novo em meio aos morros cariocas. Logo pela manhã sentindo o vento soprar sobre meu rosto em Ipanema, estava no ar um clima peculiar que aludiu a tantas outras memórias. Construções e descontruções que (de maneira inarrável) ligam presente, passado e futuro. Mas é certo que aos vinte eu sou melhor, vivo dias interessantes e sei bem aonde quero chegar.

O mar, com toda a sua grandeza, trouxe esperança e revigorou meus ânimos. Neste dia 14 deixo as ondas levarem as frustrações e os problemas, e permito receber um porção nova de vida. Solitário em meus pensamentos, cruzando as ruas de Copacabana, moldo meus planos, me esvazio de mim mesmo e me encho de algo novo.

É a novidade de alguém que quer, cada vez mais, desbravar o desconhecido, comunicar com o estranho, ser paz para alguém ou simplesmente promover o riso. Os desafios são imensos, vão além da visão.

Do alto do Corcovado, aos pés do Cristo Redentor, eu não vi nada além de uma neblina densa, anunciando alguma tempestade - o vento era forte e o frio me fez tremer. Eram brumas de mistério, como que em um sonho. Em meio a japoneses, poloneses, canadenses, americanos e brasileiros, escutando o burburinho de Babel, tentava enxergar alguma coisa, mas sabia que não poderia visualizar nada além da minha própria imaginação.

Aquele personagem já dizia que "um dia sonhamos, e no outro o sonho se torna realidade". Espero ver cada um dos meus objetivos alcançados, mesmo sabendo que os sonhos não são perfeitos, como também diria um outro personagem:"eles se tornam verdade e não liberdade".

O garoto, que cresceu em meio aos roteiros hiperbólicos da TV e do cinema, chega aos vinte anos olhando o mar e as montanhas que o cercam em uma miragem fantástica, capaz de trazer metamorfoses, transpondo o cotidiano e adentrando no reino do insólito. Às ondas, restaram não apenas levar o antigo, o retrocesso e o velho para o fundo do mar, mas também trazer até mim a esperança e o amor deste novo tempo.


Texto dedicado às montanhas que ainda vou escalar durante a minha vida.


Rio de Janeiro, 16 de maio de 2009.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Poema


Morning Glory

You're the shadow in the wall

The ghost in my way back home

You're what I loosed

But closed


You're the silent melody

What I missed

The song that I won't play again

Definitively maybe


You're the honor

Rome is your throne

You're the healing pain

You rule here, that's your home


Who are you truly?

You're the queen of Britain

The crowd in those cold and foggy streets

The Sun in darkness sea


You're love

You're the magnificent Coliseum

The battle that I need to fight

Is against your shadow,

That appears every night


You're insane dear love

Confusion that hurts me

Your ruins,

Still in my heart forever


What's the story?

Be here now

When was your morning glory?


You're the truth

What hurt

You're the truth of this song

You're the power

The paparazzi that kill


You're the lyric that no one has played before

The old magazine on the box

The rose in the creek

You're the last goodbye

The fast smile


You're Rome baby

The boss in this area

The king and the queen

What I haven't found before

You're really this feeling...

LOVE


sexta-feira, 1 de maio de 2009

Crise?!

Vanessa da Mata, Chico Buarque e o ideal de entrevista como arte


Como gravar um DVD realmente artístico? Talvez a cantora Vanessa da Mata aponte um caminho para tal pergunta em seu DVD "Multishow ao Vivo - Vanessa da Mata". O especial da cantora que foi ao ar na noite de ontem me surpreendeu, e muito. Eu já sabia de sua potencialidade, até mesmo porque as “estórias” sobre essa cantora tão familiar se fundem com as impressões que eu tenho sobre uma pequena cidade do Mato Grosso, chamada Alto Garças (a mesma cidade da minha avó e onde meu pai foi criado).

Eu destaco o DVD como "artístico" justamente por fugir dos clichês de gravações, com platéias imensas em casas de shows. No registro da cantora existe uma busca por um ambiente mais intimista e até mesmo histórico. Paraty, no estado do Rio de Janeiro, foi a cidade escolhida, e consegue compor uma atmosfera única de simplicidade e sofisticação.


Vanessa canta Chico, Caetano e Cartola com a elegância de uma excelente intérprete que se recusa a utilizar o playback e prefere até mesmo registrar os “deslizes do calor de uma gravação ao vivo”. Outra questão marcante são suas composições, algumas tão singelas e tocantes, musicalmente bonitas. Destaque para “Amado”, “Ai Ai Ai” e “Boa sorte/Good Lucky” (essa última em parceria com Bem Harper).


Em uma entrevista à Folha de São Paulo ela revelou que antes da fama preferia ser reconhecida pelas composições: "Eu achava mais bonito. Sempre fui encantada pela pessoa que cria, que escreve música. Era isso o que queria para mim. Só depois de muito tempo comecei a gostar da minha voz". E depois ela completa com a frase que me faz ratificar a percepção de que ela é uma cantora completa: "Sou compositora compulsiva e me sinto meio escravizada por isso. Fico o dia todo com ideias rondando minha cabeça, uma frase que alguém diz, algo que vejo na rua. Vai ser muito difícil matar essa compositora".


Muito se diz sobre Chico Buarque, aliás, muitas comparações são feitas entre ele e outros grandes da música brasileira – o que eu acho tolo (e inútil). Mas o fato de tê-lo inserido no mesmo post que Vanessa da Mata tem sim uma conexão... que talvez eu possa resumir à genialidade das composições. Mas indo direto ao ponto, me refiro em especial ao seu livro recém lançado: “Leite Derramado”. Há muito tempo eu não tenho tanta vontade de ler um livro nacional, como estou empolgado em relação a este. Talvez porque, de acordo com o que a crítica expõe, exista uma aura machadiana nesta narrativa (alusão a Memórias Póstumas?!), e isso eu realmente quero conferir.

Aproveito para externar minha indignação em relação aos preços dos livros na Bienal de Goiânia, que estão iguais aos das lojas. Não existem grandes descontos para os lançamentos – fato que a meu ver invalida qualquer esforço para que tal evento aconteça.
..

Mas voltando ao Chico, tenho aqui o trecho que mais gosto de uma entrevista que ele deu para a turma do PASQUIM em 1970. Quero um dia ter a liberdade de fazer entrevistas como esta, com maior liberdade e leveza - como um bate papo descontraído. Aliás, um dos livros que mais me despertaram interesse na Bienal do Livro foi a respeito da arte de entrevistar (ou seria técnica?). Este assunto pode render muitas discussões, e vai ser assunto de outro post em breve (após ler o livro de entrevistas da Rolling Stone). Neste trecho, o cantor revela os problemas pós-sucesso... o trabalho!

Jaguar - (conciliador) Hoje sou capaz de gostar da Banda. Mas sem o apoio da classe média.

Chico - O resultado é que não fiz sucesso porra nenhuma. O pessoal começou a maltratar. No começo era Hilton Hotel, flores pra Marieta, uísque pra mim, almoços, jantares.

Ziraldo - Marieta grávida.

Chico - Não aconteceu nada, começou a esfriar tudo. O segundo disco já não foi gravado. O show prometido já não pintou. Aí começou o horror.

Ivan - O que que foi esse horror?

Chico - Começou o negócio de ter que trabalhar.

Ivan - Cabou o dinheiro.

Chico - Ninguém te conhece. Fiz shows que... Uma hora Toquinho foi me dar uma mão lá. Fizemos um show pra 20 pessoas, na casa de uma marquesa. Começamos a cantar e vimos que não tinha nada a ver, ninguém tava sabendo nada. "Vamos mandar um carnaval!" (ricos) Apelamos pro carnaval. Depois "A Banda". Aí o pessoal cantava. Depois da "A Banda", não tinha outra marcha... Aí ia de "Mamãe eu Quero". Levamos muitos canos também.

Jaguar - Pra nós essa época foi ótima. Você virou até correspondente d'O PASQUIM.

Chico - Não tinha mais que fazer! Ficava formando parte de um terceiro time. É aquele nível que ninguém conhece, daqueles que gravaram o primeiro disco, ou não gravaram ainda. Ou artista velho, que já refudeu. Pra ficar na cerca mesmo. Tinha aqueles também pra que nada tinha dado certo, o que era o meu caso. Com esses tavam putos, porque investiram uma nota, pagaram a minha passagem. Tive que me rebolar mesmo. Ficava mais apavorado do que aqui. Ia sozinho, com meu violão, ou só com o Toquinho. Cantando aquelas coisas que ninguém entendia, olhavam com aquela cara séria. É um troço horroroso!

Ziraldo - E a saudade adoidada do Brasil.

Chico - Minha filha nasceu e tive que fazer mais shows.