terça-feira, 30 de março de 2010

Just for FUN!

Martin Sutovec


Frederick Deligne


“The Silence of the Lambs”
Angel Boligan


Chappatte, «Le Temps»

Charges extraídas do excelente blog Notas ao Café.


sexta-feira, 26 de março de 2010

Qual é a sua Vienna?

Devagar, sua criança louca
Você é tão ambicioso para um jovem
Mas então se você é tão esperto, me diga porque você ainda tem medo?
Onde está o fogo? pra que é a pressa?
É melhor você aproveitar isso antes que você perca
Você tem muito o que fazer e apenas tantas horas em um dia

Você não sabe que quando a verdade é contada
Que você pode conseguir o que quer ou você pode apenas ficar velho?
Você vai desistir antes mesmo de passar metade do caminho
Quando você perceberá que Vienna espera por você?

Devagar, você está indo bem
Você não pode ser tudo que você quer ser antes do seu tempo
Embora é tão romântico no limite hoje a noite
Tão ruim, mas é a vida que você leva
Você está tão adiante de si mesmo que você esqueceu o que você precisa
Apesar que você pode ver quando você está errado
Você sabe, você não pode sempre ver quando você está certo

Você tem sua paixão, você tem seu orgulho
Mas você não sabe que apenas bobos estão satisfeitos?
Sonhe, mas não imagine que eles todos se realizarão
Quando você perceberá que Vienna espera por você?

Devagar, sua criança louca
Tire o telefone do gancho e desapareça por um instante
Está tudo bem você pode permitir-se de perder um dia ou dois
Quando você perceberá que Vienna espera por você?
Quando você perceberá que Vienna espera por você?

(Vienna - Billy Joel; tradução livre)


É que talvez Vienna seja a metáfora perfeita para o local no qual a juventude dá lugar à maturidade, as opiniões ao silêncio e a pressa à serenidade. Talvez seja o local histórico (assim como a Vienna dos impérios e tratados) que definirá "o resto das nossas vidas".

sexta-feira, 19 de março de 2010

segunda-feira, 15 de março de 2010

Benefícios do inverno

Uma das reportagens mais interessantes que li no ano passado foi com o vocalista da banda Death Cab for Cutie, Ben Gibbard, na Paste Magazine. Em várias páginas ele divaga sobre o sentido da vida e conta como buscou inspiração para compor as músicas do último CD da banda, Narrow Stairs. Uma das músicas, The Bixby Canyon Bridge, foi inspirada na evocação um tanto quanto poética de Jack Kerouac - que no passado escreveu exatamente ali, naquele mesmo ambiente californiano, em uma cidade interiorana chamada Big Sur.

Eu havia me frustrado com Kerouac - fato! Mas como esquecer um escritor que influenciou boa parte da minha adolescência? E agora, em tempos que eu assumo como "o inverno", releio seus escritos, deixando os planos e cálculos de lado. Talvez seja uma fuga, ou até mesmo um momento de rendição diante de algo óbvio que eu havia me esquecido: não se pode controlar tudo!

Não tenho mais 16 anos e sei que não toparia pegar a estrada com Kerouac como eu tanto almejava anos atrás. Talvez eu busque algo mais concreto do que a louca viagem poderia oferecer. Mas a canção de Gibbard busca um Jack Kerouac diferente daquele que resolveu ganhar as estradas, talvez o escritor dos poemas, das declamações... o alcoólatra que não soube responder seus próprios questionamentos, o reacionário, o contemplativo.

E hoje, mesmo não estando na Bixby Canyon Bridge, mesmo não tendo ido até Frisco curtir um jazz - eu tenho certeza de que não seria esta, exatamente, a vida que eu gostaria de levar. Em um tempo em que pareço completamente estagnado, releio meus heróis, e descubro a ilusão... É pra isso que serve o inverno, são estes os benefícios que nos permitem renascer dia após dia.






"E percebo que não importa onde eu esteja, seja em um quartinho repleto de ideias ou nesse universo infinito de estrelas e montanhas, tudo está na minha mente. Não há necessidade de solidão. Por isso, ame a vida pelo que ela é e não forme ideias preconcebidas de espécie alguma em sua mente."
KEROUAC, Jack - Viajante Solitário

terça-feira, 2 de março de 2010

Quando a guerra se torna um vício


Após assistir ao filme Guerra ao Terror, cheguei à conclusão de que Avatar tem um fortíssimo concorrente que pode acabar levando o Oscar. Rapidamente, o mais interessante do filme é a isenção de um caráter mais político da guerra (clichê em se tratando de abordagens sobre o Iraque). Outro aspecto interessante é a percepção de que após tanta adrenalina no front, é muito difícil para muitos combatentes o retorno para suas pacatas vidas.

No Oscar do ano passado minha torcida foi para Kate Winslet - e minha aposta para esta edição da festa é o filme Guerra ao Terror. Enquanto Avatar impressiona pela beleza de imagens tecnológicas, o principal concorrente mostra a tensão da realidade tal como os acontecimentos de uma guerra.


Sobre o tempo

Eis que lendo Nabokov (o mesmo que escreveu Lolita), me deparei com a beleza de um texto muito interessante. Trata-se do início do romance "Transparent Things", que me deixou intrigado justamente por tratar de um assunto que eu considero interessantíssimo: o tempo!


"Talvez se o futuro estivesse, concretamente e individualmente, como algo que pode ser dicernido por um melhor intelecto, o passado não seria tão sedutor: suas demandas seriam contrabalançadas por aquelas do futuro.

As pessoas poderiam permanecer bem no meio - entre os dois lados da gangorra - quando considerassem este ou aquele desejo. Seria interessante.


Mas o futuro não possui essa tal realidade (como a descrição do passado e a percepção do presente possuem); o futuro é, não obstante, a imaginação de um discurso, um espectro de pensamento."


NABOKOV, Vladimir - Transparent Things (tradução livre)