segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ready to Start

Por volta das nove da manha do dia 25 de dezembro e o aviao da Air Canada pousava no aeroporto de Toronto. Do alto eu via tudo branco, mas o frio ja era ''conhecido'' desde Chicago.

No aviao, o album da banda canadense Arcade Fire (banda responsavel por um dos melhores albuns do ano, de acordo com os jornais locais) estava disponivel, e ao som de 'Ready to Start' eu vi a cidade surgir...

Ready to Start - Pronto pra comecar. Nao poderia haver uma cancao melhor pra os momentos iniciais da minha longa trip pelo gelado Canada.

Mando noticias em breve. Antes disso tentarei dominar o teclado do notebook e quem sabe, aprender a acentuar as palavras!

Por enquanto tento absorver o que o restinho de 2010 ainda pode me oferecer, mas deixo um recado pra 2011: baby, I'm ready to the countdown, I'm really ready to start!












It's my life
It's now or never
I ain't gonna live forever
I just want to live while I'm alive...

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sherazade e minhas estórias

Releio frases e textos antigos. Despedidas a todo momento. Na parede da memória, um mapa mundi adolescente de rotas marítimas e sonhos tolos. Talvez seja realmente importante tantas despedidas, pois só assim percebemos as pessoas que estão ao nosso redor. Mas o mais interessante de se lançar em uma jornada deste tipo, aos 21, é ter a consciência de que se trata de algo completamente desconhecido!

A Sherazade terá, ao final de tudo isso, colhido mais "estórias" de sua vida e pode até ser que o desfecho de tudo isso nunca seja contado por ela... Talvez as tais "estórias de si mesmo" caibam dentro das mochilas que carrega estrada a fora, nos ipods ou discos rígidos. Suas projeções e expectativas, frustrações e sucessos, seus erros e temores. Suas músicas e livros favoritos.

Poderia matar Sherazade só pela ânsia de conhecer o desfecho disso tudo? Um crime que se justificaria apenas pela necessidade de se conhecer o porque da narrativa. Sem graça e totalmente atemporal... A beleza da vida é reconhecer que mesmo sem respostas, estamos na estrada. Podemos corrigir erros de rota ou então prosseguir quando tudo está de acordo com os planos.

Mas talvez ao se lançar nessas estradas malucas seja necessário deixar algumas coisas para trás e reconhecer que nem tudo está sob nosso controle. E tudo isso faz sentido, pois é a única maneira de continuar peregrinando, de prosseguir.

Não somos reis de nós mesmos, não somos escravos de nós mesmos em uma busca desenfreada pela perfeição. O erro é mais humano do que pensamos. Pra que se martirizar? Talvez todas as nossas crueldades sejam reveladas apenas quando outros narrarem nossas aventuras e é possível que nossos sonhos juvenis tomem rumos opostos em relação ao que projetamos hoje.

Pode ser que hoje não faça sentido, mas chegará o momento em que o peregrino sentirá o horizonte "pesar nas costas". Perceberemos então que tudo depende das perspectivas de quem conduz a estória.

Quando as colinas estiverem cobertas de gelo, o peregrino se apaixonará por Sherazade e pode ser que tal experiência transforme completamente seu destino, como em um conto do realismo fantástico latino-americano. Talvez não sejam necessárias mil e uma noites para que isso aconteça...

Talvez a misteriosa musa que conquistou Xeriar seja uma cidade, como as cidades invisíveis de Italo Calvino, talvez seja a iluminação no deserto, como aconteceu com os profetas, ou a estrada de Kerouac... Talvez sejam nossas respostas ou, mais diretamente, a própria sabedoria...

Por hora, Sherazade são meus escritos caóticos. Todos escondidos num lugar qualquer de calmaria em que eu possa ouvir e contar minhas próprias desventuras!

‎"The more you see the less you know
The less you find out as you go
I knew much more then than I do now"

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

First of December (alguns factos de 2010)

Peço desculpas aos (poucos) leitores deste espaço. Sim eu andei um tanto 'preguiçoso' em relação ao blog, e poucas foram as novidades e textos em 2010. Quando vejo posts antigos [de outros blogs que eu tive] é que percebo o quanto eu deixei de lado minhas divagações e impressões, seja sobre livros, filmes ou música - enfim, sobre tudo o que "povoa" a minha mente.

Dezembro chegou com o término do estágio (após sete meses ininterruptos de cobertura política), provas, trabalhos finais e um intercâmbio para organizar. Acho que assim eu defino - 'quase que inteiramente' - o meu final de semestre. No meio disso tudo ainda não consegui organizar minhas ideias e pensar melhor a respeito do ano, naqueles famosos "balanços". O tempo voa, e daqui a pouco estarei bem longe daqui!

Mas, para esquentar os motores e já me preparar para "o futuro que me espera" [meu próximo post será sobre a trip!], posto aqui três momentos 'interessantes' de 2010. Digamos que são os três primeiros, terei tempo - na semana que vem - para pensar em outros!

#1
O comícia Dilma/Lula em Valparaíso, no Entorno do DF. Acho que profissionalmente foi um dos momentos mais marcantes deste ano. Cobertura de política em ano eleitoral é um desafio e tanto, e hoje vejo o quanto isso vai ser importante para a minha vida profissional.

O comício em questão foi interessante por ter sido a primeira vez em que estive no Entorno do DF, e além de ficar estarrecido com a realidade do local (pobreza, problemas estruturais seríssimos, etc, etc), pude perceber o quanto a figura de Lula, digamos, 'mexe' com a população.

Isso gerou em mim certo medo e fascínio, e me deu provas de que ter lido O Príncipe foi crucial para que eu pudesse enxergar aquele cenário repleto de bandeiras vermelhas de modo diferente. "A política é um grande teatro, e há sempre um novo espetáculo", já dizia uma jornalista que conheci em uma das (muitas) coberturas.


#2
São Paulo no início de Agosto. A melhor viagem do ano! O friozinho da terra da garoa, um dia todo caminhando pelas avenidas, parques... visitando museus. As noites alternativas e seus shows, a Vila Madalena, o Congresso de Jornalismo Investigativo da Abraji, enfim, tudo foi muito bacana.

A tarde na Paulista, visitando lugares que fogem do tour convencional, permanecer calado para ouvir o burburinho da cidade, ver postais antigos na feira de antiguidades... Um vento gelado às 3 da tarde. Inesquecível!


#3
"Você potencializou isso". É estranho "potencializar" alguma situação em específico, ou então dizerem que você potencializou algo. Talvez você, caro leitor, já tenha "potencializado" uma amizade, um namoro, um trabalho, um livro... Talvez você até tenha deixado claro seus medos em relação a isso e não tenha escondido a tal "potencialização".

Eu me lembrei ao ouvir essa frase (que poderia estar em um dos filmes do Woody Allen) de um conselho dado por um amigo no final da adolescência: "Você deveria parar de ler ficção e jogar RPG. Daqui uns dias você vai acabar achando que fantasia é realidade, e ai meu filho...!". Dito e feito! Se vira nos 30, mané!



sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

trecho

"Há um contraste entre os vastos projetos que iniciamos, a contrução de hoteis e a dragagem de enseadas, e o nós psicológicos básicos que os solapam. (...) A intratabilidade dos nós mentais sugere a sabedoria austera e desiludida de certos filósofos antigos que se afastavam da prosperidade e da sofisticação e argumentavam, de dentro de uma choça de barro, que os ingredientes essenciais à felicidade não poderiam ser materiais nem estéticos, mas deveriam sempre ser insistentemente de natureza psicológica."

A Arte de Viajar - Alain de Botton p.35

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O silêncio de "hoje" na voz de Ney Matogrosso

Sorte do Dia: "O silêncio oportuno é mais eloqüente do que o discurso."

Logo hoje, que eu tinha tanta coisa pra dizer...



"Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro"