segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

When I met Sarah Palin...


by Péricles Carvalho
Maio de 2011, Philadelphia.


Dois jovens universitários planejaram uma viagem pelos Estados Unidos, uma mestranda finlandesa e um graduando brasileiro. Em um dos muitos memoriais à história dos Estados Unidos espalhados pelas cidades fundadoras do país, eis que um aglomerado de repórteres e helicópteros sobrevoam uma praça inteira.

"The Protester"


A new documentary is coming soon - here is a kind of teaser of
"The Revolution is Love", Occupy Wall Street soul captured - ideas of community, love and a 'sharing society'. Nothing really new, I think it is a hipster recovered 60s package

The occupation in New York is one of a lot of manifestations around the world. 
In the case of Occupy Wall Street, protesters were forced by the cops (and the cold wind) to get out of the Financial District in the south of Manhattan. But in Egipt protesters still fighting in the streets and the same is happening in Bahrein: they are involved in a revolution for democracyNot only Time Magazine, but also respected thinkers like Eric Hobsbawn, said that 2011 is the year of the protesters.  We don't know how's it going to end, what kind of effects those protesters can hold in their hands and what are the next steps. But for now, they are the evidence that I need to say: my generation can do something in the world.


domingo, 18 de dezembro de 2011

Entrevista: “Ter uma mulher no poder não é necessariamente o que queremos”


Estudiosa canadense afirma que os avanços registrados na última década em relação aos direitos da mulher devem funcionar como motivação para que a luta continue

No Brasil para uma série de palestras na Universidade Federal de Goiás (UFG) em meados do 2º semestre de 2011, a professora e pesquisadora do Departamento de Estudos Políticos da Universidade de Winnipeg, Shannon Sampert, afirma que ao longo dos anos foi criado um estereótipo negativo em relação ao feminismo e que ainda há muito a serconquistado.

Nessa entrevista, Sampert, que também é jornalista e comentarista de rádios e canais de TV no Canadá, falou sobre aborto, mídia, política e disse que ter uma presidentemulher no Brasil não diminui a luta pela igualdade de direitos e nemrepresenta, necessariamente, um objetivo do movimento feminista.
Carlos Siqueira / Ascom-UFG
A sra já estuda o tema “feminismo e política” há bastante tempo. Na sua visão, atualmente as mulheres e ativistas estão um tanto quanto receosas em relação à identificação como feministas. Porquê?

Sim, e eu não acho que isto é algo novo, eu acredito que é um problema que vem de muito tempo atrás. Uma das razões para isso é que quando você utiliza o termo “feminista” existe sempre uma reação negativa. A resposta típica quando usamos o termo é de que nós odiamos os homens, somos lésbicas ou não temos senso de humor. Então, porque as mulheres vão querer se identificar com algo que é visto de modo negativo?

Esta é uma consciência criada pela mídia e pelo patriarcalismo para associar o feminismo como irregular, fora das normas sociais, contra a sociedade, ao invés de reconhecer que existe um movimento social que é importante e que luta pela igualdade de gênero.


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

"the kind of Journalism"

"I have often tried to tell the story of a place through people there."1




Talking about the kind of journalism that can change something in the world. It's all about people - a fight against human rights abuses around the world. Better than repeat statistics is find specific stories that may touch the audience, being out the "news chain machine".
Links:
Reporter, the movie.
Facing History and Ourselves, lessons of Journalism about Reporter.

The news media's silence, particulary television news, is reprehensible. If we knew as much about Darfur as we do about Michael Jackson, we might be able to stop these things from continuing.
2


1 and 2: Quotes of Nicholas Kristof.

domingo, 4 de dezembro de 2011

"Blessed are those who dwell in your house"

There's no way to look at churches without see the skies. The buildings with huge mosaics, the watch towers and the heavy bells. The rituals and organs, a choir; lifting voices in order - worshiping. 

What's the future of faith? What's the importance of churches? 

Art and holiness are in the same place. In the middle of the urban context, churches are houses of silence and meditation, an oasis of details and references. 

Click in the pictures to see the slideshow.








PHOTOS: Cathedral of St. John Divine, NYC.


sábado, 26 de novembro de 2011

Entre morros e asfalto 2


E era como num conto da literatura fantástica. Em poucos segundos deixa-se lá embaixo toda a beleza pasteurizada de carros importados e cenários de novelas burguesas. Sobe-se rápido, via escada ou elevador. Num piscar de olhos já é possível enxergar – na mesma altura – coberturas com suas piscinas típicas de uma cidade tropical e amontoados urbanos no concreto nu, desafiando a gravidade, alicerces incrustados nas pedras.

“Por aqui é assim, meu irmão. Do morro pro asfalto, não existe movimento contrário”, me dizia um senhor, sobrevivente da falta de saneamento básico, que apesar das dores sobe e desce escadas todos os dias, e enxerga na paisagem exuberante da cidade um motivo apenas para manter-se feliz em estar ali. Paisagem esta que é o único sinal de democracia, de bem coletivo.

As cidades são organismos vivos, aparelhos que fazem parte do nosso dia-a-dia, que se tornam parte de quem somos. Não conseguimos nos desvencilhar dos emaranhados urbanos; nos dias atuais, arriscaria dizer que os complexos “urbanóides” constituem o que há de mais humano. As ruas são veias abertas, avenidas, artérias, e tudo pulsa numa cadência única enquanto cruzamos os sinais e abrimos caminho para a fumaça e a pressa.

Talvez por isso, apenas o peregrino consiga enxergar as dicotomias com um olhar, digamos, mais perplexo, sem o cotidiano corrido e o olhar no relógio e nos aparelhos modernos de comunicação. Como já disse, dali do alto era possível enxergar a democratização da beleza que se vê, mas infelizmente, a desigualdade em relação ao local a partir do qual se vê tal paisagem – pode ser um condomínio de luxo, ou então uma laje quente qualquer.

Dizem que por lá existem agora unidades pacificadoras – mais um elemento digno de contos fantásticos, que tem seus méritos, é claro. Funcionam como torres de vigia, expulsando qualquer tentativa de organização paralela. São de fato necessárias, ao menos até que algo realmente seja feito.

Partir do real, da dureza do dia-a-dia de quem precisa descer até “o asfalto” para buscar um medicamento qualquer na farmácia. Chegar ao insólito, às paisagens, o contexto de guerra instaurado nas alturas – nem todas as elevações permitem a entrada de tanques.

Nenhum lugar é tão paradoxal; em geral o que é diferente, o que é questionável, sempre se estabelece além das muralhas dos condomínios e clausuras burguesas. É uma maneira de colocar cada um no seu devido lugar, separados, marginalizados.  Mas ali tudo é diferente, existe um espaço geográfico propício para que as maiores desigualdades sejam visíveis a olho nu e convivam no mesmo local, de modo que não se misturam, assim como água e óleo.

Talvez lá de baixo não consigam enxergar as miudezas das vielas e a dureza de cada degrau que leva tantos à violência no alto dos morros. As balas são muitas vezes o único vestígio, um grito, talvez.

Mas o que o peregrino vê ali tem ainda mais relação com o fantástico justamente por se tratar de dois mundos separados por uma simples elevação. Talvez por isso histórias de amor entre pessoas do asfalto e do morro soem como um “Romeu e Julieta” contemporâneo.

Não há uma mistura aparente. Não há uma ligação íntima visível. As cores se diferem: ao nível do mar estão os brancos bem nascidos e aos negros sobraram as montanhas cheias de labirintos.

Não que não tenha conhecimento da desigualdade social. Mas é que naquela cidade, ao olhar para cima, eu não vejo apenas o céu, vejo a injustiça cometida por nós mesmos amontoada, desafiando a gravidade, mas, certamente, passando despercebida para os olhares viciados dos moradores daquele lugar.

É preciso construir cidadania e dar condições favoráveis para que as famílias amontoadas nos morros possam ter um futuro. É isso é algo que vai além dos castelinhos construídos pela polícia pacificadora. “Paz” vai além de ausência de tiros – é um conceito muito amplo, que exige outros esforços.

A loucura dos morros preenchidos por concreto precisa de soluções dignas do realismo fantástico. É preciso devolver a dignidade àqueles que escalam as pedras para chegar a suas casas. É preciso partir de vez para o insólito que já permeia a história da cidade maravilhosa, afinal, tudo ali é desafiador, não usual. É preciso mudança, transformação, e este é o momento para isso.

Morro do Cantagalo, Rio de Janeiro, novembro de 2011.

"Entre morros e asfalto" (PHOTOGRAPHY)

Click in the pictures to see the slideshow.

O Cristo visto de Botafogo

A vendedora de flores

De Ipanema: o morro

Ipanema Beach

Comunidade do Cantagalo

Na entrada do Cantagalo, o mural de recados

Pelas escadas da favela

Edificações

Subindo e descendo

Do Cantagalo, o paraíso tropical

Cantagalo

Gravidade

terça-feira, 22 de novembro de 2011

MOVIE + MUSIC

From all the scenes, I take this one with me. In my opinion the best movies and the best songs are those that reminds me of special moments I lived - it's part of my nostalgic soul, I guess. In Almost Famous I have both together.


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Damaged pictures

Carregamos nossos arquivos em discos rígidos, compactamos, colocamos nas nuvens online disponíveis pelos sistemas mais modernos. Lembro-me da primeira vez que resolvi transformar todos os meus CDs em arquivos digitais, guardados em aparelhos pequenos, leves e de fácil manuseio. Abandonei de vez o diskman. Desde então carrego minha vida em pastas - mas às vezes pode-se perder muito do que se tem, ou quase tudo. 

Isso aconteceu comigo, e ainda bem que eu consegui recuperar ao menos parte das minhas milhares de fotos. Algumas delas voltaram assim, marcadas, misturadas, confusas. Até que ponto nossas lembranças estão seguras sendo carregadas em discos rígidos? 

Clique nas imagens para ver o slideshow.













quinta-feira, 3 de novembro de 2011

(Around Harlem)

Lost and found. Photos of Harlem and uptown NYC. Memories and frames of good people, great music and a desirable, and never found anymore, wine. 


Click in the pictures to see the slideshow.











sábado, 29 de outubro de 2011

PHOTOSPHERE - Outubro de 2011

A cidade vista pela janela, o céu, os amigos no sábado, o samba. É possível encontrar seus escritos jogados em uma esquina qualquer do centro da cidade. Aliás, o centro - sempre me encantando com suas referências e recordações, me dando forças pra prosseguir. 

Se Goiânia é apenas uma cidade dormitório na qual permaneço durante todos estes anos, fotografá-la e tentar guardar minúcias deste tempo é preciso. 

Nunca tive tantas dúvidas a respeito "do que virá" como nestes últimos dias. Mas talvez isso seja o melhor por enquanto, e eu estou plenamente confortável com a minha situação. É o que eu tenho; e que fique registrado aqui: eu me atenho às incertezas que me cercam, pelo menos por agora. Como já dizia o velho escritor, eu tenho apenas a minha própria confusão para oferecer às pessoas.

From above

saturdaying


rainy city

"Picture this"

Bucólico

O Centro, sempre o Centro

Jornal novo ontem, lixo nas ruas hoje

No ônibus

Samba

Falando sobre guerras

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Entre a solidão do mundo e a incerteza do amor


É como continuar a planejar, projetar e viver no mundo dos sonhos. Na verdade, tudo faria muito mais sentido se fosse como planejado. A cada dia percebo que estou mais distante de quem realmente queria ser. 

São apenas 22 anos e por isso mesmo é tão complicado pensar que "não estou aonde realmente queria estar, fazendo o que eu realmente queria fazer". 

Mas ao mesmo tempo existe dentro de mim um "medo" constante, uma preocupação em relação ao presente e futuro. Aos 22, me pego pensando em questões que me afligem há tempos. 

O amor realmente existe? 

Tenho medo de me tornar um peregrino vislumbrado pela grandeza do mundo e acabar perdendo a grandeza de sentimentos nobres e relacionamentos. O amor se parece distante - e talvez eu tenha que pagar o preço e caminhar sozinho.

Ao mesmo tempo em que penso em pisar fronteiras e desafiar barreiras culturais, eu me pego pensando em como seria lutar pelo amor de alguém e pelo menos uma única vez apostar tudo para tentar algo que - ainda - me assusta tanto. 

Talvez eu ainda precise ser mais auto-confiante ou me entregar mais às emoções. Talvez eu precisasse fugir para um lugar que não represente mais um escape em relação ao que realmente sinto. 

Talvez eu precise ser menos racional, menos covarde e menos dramático. As vezes é preciso dar a cara a tapa e ainda que um "não" doa, saber que fez o que foi possível...


Escrito via iPhone

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Desordem



Uma série de acontecimentos menores, muitos pensamentos - da epifania dos mais loucos e desavisados projetos, à realidade nua e crua de páginas em branco e um trabalho de conclusão de curso que ainda não saiu. É possível pular etapas? Eu respondo, de modo sensato, que não. Não sei se é realmente uma característica da juventude, ou se é algo exclusivamente meu, mas consigo divagar por horas em meus próprios pensamentos e projetos e sonhos e metáforas e construções. No meio disso tudo, o que é imediato, acaba sendo adiado - deixado para última hora. 

E as coisas vão acontecendo, num ritmo que mistura bagunça, megalomania e neuroses. Meus sonhos e projetos sempre parecem tão distantes, tão complexos. Acho que por isso me atenho a promessas que fiz a mim mesmo poucos meses atrás. Mas apesar dos percalços, no fundo, eu sei que tudo isso é um sinal de que este momento é singular e que sim, os sonhos podem se realizar, e podemos fazer o que desejamos de nossas vidas; I've got a good life...





domingo, 31 de julho de 2011

Everything’s moving everything’s changing


Na verdade este espaço moribundo já deveria ter sido enterrado, ao menos é o que eu penso. Eu gosto de blogs, e acredito que tudo o que eu tenho registrado ao longo dos anos diz muito a respeito de mim mesmo - lá se vão alguns anos desde que eu entrei na faculdade e retomei meus posts confusos e metalinguísticos.

Eu até acho que a prolixidade daqueles dias foi se perdendo e hoje eu (finalmente) consigo escrever coisas concretas, diminuindo as metáforas chulas e tentando ser mais sóbrio em minhas conexões. No final das contas, eu escrevo pra mim mesmo, porque gosto, e mais do que isso, porque ainda é uma das únicas maneiras que eu encontrei de falar - pelo menos a mais eficaz, no meu caso.

Talvez há alguns anos eu tinha uma preocupação muito grande em "me compreender", e nessa jornada pessoal eu acabava me confundindo ainda mais. Digo isso porque estive lendo coisas que escrevi em 2008, por exemplo, pequenos contos, poemas, comentários...

Acho que estou tentando fechar ciclos e  me dedicar a outras coisas. Talvez isso seja parte da síndrome que acomete universitários às vésperas da formatura, talvez... E como parte desse processo, reler o que escrevi é importante, e chega a ser até cômico ao olhar pra mim mesmo e ver como eu "pensava" - mesmo em um curto espaço de tempo - e como eu mudei.

Dentre os meus "projetos para o futuro" está a morte desse espaço e a criação de um novo, talvez não um espaço como esse blog Tratado se propõe a ser; mas uma página simples na qual mostrarei minhas ideias com fotografias (amadoras e autorais) e textos curtos. Por outro lado, manterei uma página "portfólio", já me preparando para o que "virá" em breve.

Enquanto refugiados da Somália chegam ao Quênia, fugindo de uma seca devastadora, além de conflitos internos, eu estou aqui, ouvindo Revolution (Beatles) e tentando colocar minha vida em ordem. Em tempo de feeds e informação "realmente em tempo real", é possível ter uma noção de tudo o que acontece simultaneamente às nossas ações - posso contar um segredo? Isso me assusta.

Neste exato momento, tem um post-it pregado em frente à minha tela, com uma imensa lista de "coisas para fazer", e  muitas abas abertas. It's been a hard day's night... e tudo o que eu posso oferecer ao mundo - assim como há 4 anos atrás - é minha própria confusão. Ao som dos Beatles, é claro!

sábado, 23 de julho de 2011

I can't make you love me

Relacionamentos: complexidade, idas e vindas, preenchimento, felicidade, tristeza, corações partidos, amores correspondidos, amores não correspondidos, amores platônicos.

De certo modo, todo mundo vai experimentar sensações parecidas com as descritas acima. Amar, se apaixonar... Eu cheguei à conclusão de que isso não ocorre apenas no campo afetivo entre duas pessoas, mas pode definir também o relacionamento de uma pessoa com uma cidade, uma nação, uma ideologia. Eis a complexidade do tema, mas eu não quero me prender a isso (para evitar divagações maiores).

É certo que amaremos e pode ser que sejamos correspondidos (ou não). A maneira com a qual lidamos com a possibilidade de "não ser correspondido" faz toda a diferença -  e no pacote da rejeição existem inúmeras questões, a maioria delas estão muito ligadas à auto-estima.

Talvez em meio a todos esses sentimentos controversos e todos os desencontros, nós (com maturidade) percebamos que não adianta sofrer tanto, nem se cobrar tanto. E não adianta um boicote a si mesmo, tampouco auto alflagelar-se.

É preciso compreender que, na vida, acontece de você "amar alguém" e não ser amado, não ser correspondido. E acima disso, não importa o que você faça, não é possível fazer com que alguém te ame. Essas coisas simplesmente acontecem...


De fato, eu parei para pensar nesse assunto após o anúncio da morte de uma mulher que cantava suas dores, que dizia quem era e o que sentia com uma transparência invejável. Eu confesso que a última vez que escutei um de seus álbuns essas mesmas questões me vieram à mente.

Afinal de contas, a visão que eu tenho de Amy Winehouse é de uma mulher com problemas de auto-estima que amava intensamente mas que infelizmente não foi correspondida, e que sofreu por isso. Talvez o excesso em tudo tenha contribuído para isso - sucesso,  dinheiro e drogas não conseguiram comprar "o amor", tampouco amenizar as dores que ela sentia.

Posso simplificar ou então dar uma interpretação muito própria a respeito da complexidade que foi a vida da problemática cantora... mas eu não consigo analisar de outra forma ao ouvir Tears Dry on their Own ou Back to Black.

Amy não pode ser lembrada apenas como o paradoxo entre a irresponsabilidade e o talento.

É bem verdade que nós não sabemos o que se passava em sua vida - mas se suas letras dão alguma pista, e seu romance frustrado com Blake Fielder-Civil servem como indícios, eu posso me lembrar dela como alguém que amou intensamente e pode não ter conseguido superar uma rejeição.

Abaixo, a belíssima voz de Adele cantando "I can't make you love me", um cover de Bonnie Ratte.




sexta-feira, 1 de julho de 2011

"I'll never, ever gonna let you go"

Does exist one Yoko for each John?


"You've always walked your own path. You just have to widen it a little... And lookout for your Yoko." - JOEY: "Barefoot at Capefest (Dawsons Creek)

Even after all this time
I miss you like the sun don't shine
Without you I'm a one track mind dear Yoko
After all is really said and done
The two of us are really one
The goddess really smiled upon our love dear Yoko
(from the album Imagine, 1971)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Desbravador de Sombras

Encontrar-te ficou deveras complicado
Na minha mente existe apenas o espectro do teu sorriso
Tenho teu cabelo e teu cheiro
Apenas nos sonhos

As esquinas que cruzei
Os mares que nadei
O mundo novo que desbravei
Apenas para encontrar-te
Mesmo não te conhecendo

Mesmo assim possuia tua imagem
Teus gestos
Já conhecia todos os teus medos
Todos os teus erros

Os lugares pelos quais passei
As correntezas que enfrentei
O mundo que descobri
Foi tudo...

Apenas para encontrar-te


(19 de Abril de 2009)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

"Eu sou eu e minhas circunstâncias"

Por gravitar ao redor da grande cidade acabei me deparando com meus próprios sonhos e realizações.Talvez eu nunca tivesse pensado nisso de forma sistemática.

Talvez era realmente necessário que eu estivesse aqui - fisicamente no sítio dos "acontecimentos" - para que me desse conta de que existe uma conexão instrínseca entre as decisões que tomei e os rumos do planeta nesse século XXI. Talvez eu tenha sido empurrado pela História, mas apenas hoje desemboco aqui e compreendo um pouco melhor tudo isso.

Eu tinha apenas 12 anos quando aviões se chocaram contra as torres gêmeas do World Trade Center em Nova York (eu já escrevi sobre o tema aqui mesmo, no blog). Era o acontecimento que marcaria o início do século. A cobertura maciça dos meios de comunicação me expuseram a uma realidade que eu conhecia apenas nos livros de História e nas enciclopédias. Aquele dia e os meses seguintes foram determinantes para que eu decidisse estudar Jornalismo. Um pré-adolescente vislumbrado com um tipo de beleza que apenas a tragédia pode proporcionar.

Um pouco depois, em 2003, mísseis eram despejados em Bagdá. Explosões causadas por Tomahawks, jornalistas no front e toda a tecitura de conversas diplomáticas - costuras em prol da guerra (ou não). Naqueles dias eu decidi que queria compreender melhor como a guerra, enquanto promotora da catástrofe, funcionava. Quais eram as conversas por trás dos ataques? As estratégias e os reais motivos? O conflito no Iraque foi, sem dúvidas, determinante para que eu me voltasse para as relações internacionais e os estudos a respeito de globalização e ciência política. 

Um acontecimento desencadeando outro, e de tabela, me levando a explorar áreas afins. Estes são os fatos que me cercam nestes dias. "E sou eu e minhas circunstâncias", e hoje reflito um pouco mais sobre tema e penso no futuro. E é interessante perceber que a História conseguiu me influenciar de uma maneira intensa, construindo muito do que sou. 

Não se trata apenas de uma análise do passado, como os professores daquele pré-adolescente teimavam dizer. A História é viva e contínua. Talvez os acontecimentos acima citados não tenham afetado tanto outras existências quanto a minha. Mas certamente existiram fatos e momentos que determinaram o que cada pessoa é, veio a ser ou será. 

De certo modo, com tantas referências e conclusões tiradas agora - no calor do momento - tenho como certo que os livros, as revistas e tudo o que eu vivi nos últimos anos - seja estudando Jornalismo ou durante minha intermitência "política" nas terras geladas resultou no que eu "sou" hoje. 

E por ser exatamente o que "as circunstâncias me levaram a ser", olho tudo como um processo e me vejo completamente integrado a ele - sem arrependimentos, sem escolhas erradas. A grande cidade é o centro do mundo para muitos, e eu não sei se a considero desta maneira. O que sei é que aqui pude encontrar um pouco de mim pelos lugares que passei, e pude responder alguns questionamentos que sempre fiz e que até então ocupavam o espaço entre a sonolência e o amanhecer do outro dia. 

NYC, 16 de Maio de 2011


quinta-feira, 16 de junho de 2011

Encontros e Despedidas

"E assim chegar e partir"



As pessoas entram em nossas vidas e se integram perfeitamente ao nosso cotidiano. E então, o sentimento de "estrangeiro" acaba passando, e você se sente totalmente à vontade nessa nova vida. Mas a cortina se fecha e mais uma vez é preciso estar diante do dilema entre chegar e partir.

Ando pensando muito a respeito desses movimentos da vida. As mudanças que nos ocorrem e os sonhos que povoam nossas mentes. Talvez seja o impulso de realizar tudo o que desejamos que acaba nos distanciando de alguns e nos aproximando de outros. E esse é um fluxo continuo, e diário. Aeroportos, terminais rodoviários e estradas são apenas metáforas das nossas próprias vidas. Ainda que permaneçamos parados, sempre haverá mudança ao redor.

Sinto um pesar em deixar uma cidade pelo simples fato de que eu nunca mais a verei como a vejo agora. E talvez eu nunca volte a me relacionar (com a cidade e as pessoas) do mesmo jeito - simplesmente porque mudamos a maneira como olhamos a vida.

Nesse movimento de partidas e chegadas acabamos mudando, nos adaptando, nos transformando. Talvez não pensemos muito que estamos constantemente mudando (internamente, geograficamente, socialmente...) quando desfrutamos de vidas confortáveis e não precisamos mudar todas as "bases" que nos sustentam.

Continuo à espera, no terminal, mas posso dizer que as malas em que carrego minhas emoções e lembranças são cada vez maiores e mais pesadas. É o eterno sofrimento de quem não aprendeu ainda a equacionar passado, presente e futuro. "Eu sou eu e minhas circunstâncias", e as carrego comigo pra onde quer que eu vá, não importa o peso.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Open your eyes up

Há alguns dias na estradaNos últimos meses cheguei e parti tantas vezes! Cada cidade deixou marcas diferentes -  talvez porque cada lugar, com suas peculiaridades, proporciona experiências distintas.

Como disse Italo Calvino em Cidades Invisíveis:  "Arriving at each new city, the traveler finds again a past of his that he did not know he had: the foreignness of what you no longer are or no longer possess lies in wait for you in foreign, unpossessed places." E é exatamente isso! A literatura fantástica de Calvino ecoa na minha mente a cada quilômetro deixado para trás, cada adeus, cada despedida de pessoas tão especiais.

 Não tive muito tempo para postar aqui as "desventuras" vividas em cada cidade, mas em breve espero ter tempo de digitar tudo o que escrevi no meu diário de bordo. Os lugares, os diálogos, as descobertas, divagações...

Por enquanto, eu deixo aqui a música que eu não canso de ouvir nos últimos dias - Rise Above, do musical Spider-Man Turn Off the Dark. Acho que "ser uma pessoa melhor", "olhar adiante" e manter a esperança de que meus sonhos se tornarão realidade são as grandes lições dos últimos dias. Peter Parker é meu heroi favorito justamente porque ele pode ser qualquer um de nós, cheio de controvérsias e crises.

É estranho viver toda essa profusão de ideias, conceitos e mudanças. É como se eu estivesse prestes a voltar e apenas apertar o "play" de uma vida que está congelada desde que eu peguei aquele avião em dezembro do ano passado. 
Mas como a própria música diz "you can rise above, open your eyes up". O mundo nos espera!

Recentemente Bono, Edge e Reeve Carney tocaram a música no American Idol. E em se tratando do musical, acho que nem preciso dizer o quanto gostei (Julie Taymor, Bono, The Edge, 65 milhões de dólares, homem aranha voando sob nossas cabeças)...  
  



It's the time for...
It's the time for trust
There is no doubt, only us
It's the time for reason
As I and all... know
It's the time to let go
And rise above
And you said rise above
Open your eyes up
And you said rise above
Yourself