terça-feira, 25 de janeiro de 2011

"Love Sucks" (about Blue Valentine)


"In this movie, Michelle Williams takes a stand against something -- and it's her own stagnation. So I really hate it when people say she's not likable, because to me, she's the hero. She could have been more likable, I guess, if she were satisfied with just being a wife or a mother, but she needs more out of her life. She needs to grow. She needs to become. And those are heroic goals," he says.

*from the director of Blue Valentine

CINTRA: I HATE TO DISAGREE WITH THE DIRECTOR, but I dont think so. If she wants to take a stand against something, be it with herself, not with her bloody great husband. HE HAS NOTHING TO DO WITH HER SHITTY LIFE!

PERICLES: She was stuck in a poor relationship. Her challenge was getting out of her marriage and discover what she really needs. Maybe the love of someone is not all we need...

CINTRA: Surely not. but she could do it with a little more respect towards people's feelings, you know? no matter how many reasons she had, nobody has nothing to do with that.

PERICLES: You know... There was no way. With the end, doesn't matter how, who loves always suffer!

CINTRA: Love sucks!

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Michelle Williams foi indicada ao Oscar na categoria de melhor atriz. O nome do filme, em português, é "Namorados para Sempre" e a estreia no Brasil está marcada para o dia 17 de Junho, infelizmente! Por isso é bom estar por aqui neste período - praticamente todos os filmes quentes do Oscar estão em cartaz.

Veja o trailer:

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Urban Context













As mãos congeladas tornavam a experiência de fotografar com uma câmera de plástico uma atividade bastante difícil.

O cotidiano aqui é de poucas cores, com destaque para o branco da neve que se acumula por toda parte, até mesmo nos galhos opacos - desnudos de qualquer folhagem. O que há de mais urbano: as ruas, o streetcar, uma vitrine qualquer, as igrejas apontando para o céu... e pessoas.

Esta é minha Toronto de umas poucas horas, em um sábado qualquer de janeiro.

Câmera: Diana Mini

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

pilgrim notes I

E é interessante e ao mesmo tempo perigoso. Porque este momento tem que ser especial. Existe uma carga de responsabilidade, uma espécie de ticket para viver intensamente, e frases como "este é o melhor momento da sua vida" ecoam a todo momento. Em meio a tudo isso, existem mapas, cidades e lugares para explorar, e existe também uma trilha sonora própria - além dos sons das ruas.

É tudo novidade e ao mesmo tempo assustador. É riso também, e muita reflexão. O exótico, o estranho - já dizia o filósofo que quando não estamos espelhados e inseridos em determinada sociedade acabamos "refletindo" mais sobre nossa condição humana.

Ver o mundo de fora e ao mesmo tempo tentar se inserir nele. Preparar um jantar decente, conhecer pessoas, ler e estudar. Desbravar a neve que teima em cair todas as manhãs, tardes e noites. Lutar contra o vento frio e ver gelo por toda parte.

Estranhar e ao mesmo tempo não se espantar com as diferenças; afinal de contas, viva o multiculturalismo! E é em meio às diferenças que surgem assuntos interessantes. E é em outras línguas que amor, amizade, conceitos e sonhos parecem fluir de jovens comuns que só se juntaram devido à condição de viajantes. Pode até ser que se trate de um monólogo enquanto se compromete a explorar minusciosamente as ruas da cidade... Talvez são assuntos em um pub ou seja o riso de andar nos trilhos do street car em plena madrugada (gelada!).

Dizem que existe uma certa beleza em perder-se ou lançar-se no desconhecido enquanto se é jovem. Em suma: ter no peito a ânsia de desbravar nações e conhecer sempre mais. É provável que viajando as respostas ocupem os espaços em branco que deixamos ao longo das nossas existências. E por isso mesmo, viajar é preciso!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes,
De viver de ver somente!

PESSOA, Fernando.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Like said Kerouac...



"They danced down the streets like dingledodies, and I shambled after as I've been doing all my life after people who interest me, because the only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones that never yawn or say a commonplace thing, but burn, burn, burn..."
(Jack Kerouac, On the Road)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Tempos verbais

Vento gelado e uma madrugada de Ano Novo não tão agradável como gostaria... O que fazer diante do inesperado? Como agir quando até a alma treme de frio e não há cobertores e lareira por perto?

Falo do frio que pode assolar nossas vidas quando os planos e sonhos estão suspensos, quando não temos forças para olhar para frente. É triste, mas eu já passei por isso há alguns anos atrás. Relembro a estranheza de ver todo mundo envolto numa "aura" de felicidade e mudança e simplesmente não conseguir me encaixar no meio daquilo tudo. As expectativas típicas de Ano Novo começaram a ficar um pouco de lado justamente por se tratarem de meras "expectativas".

Desde então, meus invernos pessoais foram mais amenos, e nem são passíveis de comparação à temperatura canadense, tenho certeza disso! Naquele ano, no auge da adolescência, eu escrevi algo na agenda comparando a minha situação interna (se é que vocês me entendem) com o inverno, que seca as árvores, deixando-as como galhos mortos, exatamente como eu tenho apreciado da minha janela.

O engraçado é que nesta fase da minha vida, começo o ano exatamente no rigoroso inverno da América do Norte - e os planos para 2011 (e para os próximos anos que virão) enchem minha mente! Já não me preocupo mais em julgar se são desejos utópicos ou não. Na verdade, tento construir minha casa em rocha sólida, tendo alicerce para poder continuar a construção... E é exatamente assim, simples como uma parábola, e tão prático e eficaz quanto um ensinamento profético.

The Countdown

Eis que no Ano Novo, enquanto a contagem regressiva empolgava as pessoas, eu relembrava o quanto aquele meu inverno pessoal foi importante para que eu estivesse preparado para este inverno de agora. E foi assim que eu mais uma vez compreendi que as coisas possuem um "sentido", e que muitas perguntas que eu faço serão respondidas, ainda que leve alguns dias, meses ou anos.


Na minha mente tocava America (de Simon & Garfunkel) e eu me lembrava da personagem do filme Quase Famosos que para se livrar da "opressão" da mãe, disse que esta música representava a razão pela qual saíra de casa e resolvera viver sua própria vida. A América, no sentido amplo, no sentido dos muitos imigrantes, no sentido da estrada e do auto-conhecimento. Eu vejo todas essas "Américas" nos jornais, na televisão, nas faces distintas que lotam o metrô.

No Canadá os povos mais diversos estão juntos... E é interessante ver essa união. No dia 31, enquanto eu pegava o metrô para downtown, foi que eu me dei conta do quanto o ser humano - não interessa de que parte do mundo seja - é igual (em essência). Os sorrisos, os desejos, as utopias, a violência. Somos todos iguais, e por isso mesmo nos divertimos ao ver os fogos e dizer Happy New Year e continuamos fazendo planos para o próximo ano que está diante dos nossos olhos.

Em A Peste Albert Camus disse: "No mais profundo inverno, finalmente aprendi que dentro de mim havia um verão invencível". E é realmente isso! Aquele inverno foi importante para que eu pudesse, hoje, enfrentar as baixas temperaturas. O importante é ter esperança, ainda que o mundo real esteja muito distante do mundo dos sonhos - sem esquecer a realidade de hoje, o alicerce de hoje que são as bases para a construção do amanhã.



"Kathy, I'm lost" I said, though I knew she was sleeping
I'm empty and aching and I don't know why
Counting the cars on the New Jersey turnpike
They've all gone to look for America