quarta-feira, 27 de abril de 2011

People, Dreams, Coffee, Books, and the World


Oficialmente de férias e prestes a realizar uma roadtrip pelos Estados Unidos - algo que tem (de longe) alguma influência de Kerouac e sua mítica contribuição à minha adolescência e ao meu prazer de sempre: viajar!

Mas confesso que por hora eu tenho deixado os planos para trás, pensado pouco nas cidades e landscapes que desbravarei nos próximos dias. O motivo? As despedidas. No momento é tudo o que eu faço.

O chamado Winter Term chegou ao fim, ainda que o frio não tenha ido embora de uma vez. Agora a primavera é uma promessa - e ainda não se pode ver folhas e flores nos jardins.

Na TV

No noticiário o tema principal não é mais  a previsão do tempo - cobertura intensa das muitas nevascas e condições de tráfego em meio ao muito gelo que castiga e embeleza o país nos primeiros meses do ano. Agora, o casamento real e as eleições se tornaram as principais pautas. Eleições sem sentido ao meu ver, mas isso seria assunto para outro post (falei sobre o tema no Jornal das Seis da Universitária).

O apoteótico Arcade Fire e o onipresente Bieber

Justin Bieber é a inconteste trilha sonora das lojas de departamento e dos muitos shopping centers. Mas agora há música nas esquinas e as pessoas parecem ter ressurgido das ruas subterrâneas que cortam a cidade.

Arcade Fire continua sendo a banda do momento por aqui e é uma das minhas trilhas sonoras dos últimos meses. Como eu já contei aqui mesmo no blog, eu cheguei em Toronto ouvindo Ready to Start enquanto via lá embaixo tudo branco, coberto de neve.

Mas agora existe um humor musical novo na cidade. Logo mais, nas tardes quentes, acontece o famoso Festival de Jazz de Toronto (e eu nem estarei aqui para conferir, o que é uma pena). As pessoas começam a planejar os 2 meses de calor... E agora eu realmente entendo o que este pequeno período significa para os canadenses.

Estudos e café

Na universidade, tive oportunidade de me perder e ao mesmo tempo me encontrar. É difícil estudar um curso que não é o seu, falando de assuntos que por mais que estejam inseridos  no cotidiano da Comunicação, exigem uma bagagem teórica que muitas vezes (ou na maioria das vezes) eu não tinha.

A cada aula eu me sentia um pouco diminuído e também um pouco "melhorado". Analisei tantos assuntos, escrevi vários artigos, descobri muita coisa e mudei muitas concepções. Li Celso Furtado em inglês, e ri de mim mesmo por isso - justamente por ter relutado ler o seu "Formação Economica do Brasil" no Brasil.

Aprendi muito, e defini alguns planos para o futuro também. Foi importante retomar meu sonho "internacionalista" interrompido há anos atrás. Foi importante também perceber que muitos dos nossos planos se realizam ao longo do tempo.

O campus enorme, com dezenas de prédios modernos e ecologicamente corretos. As cafeterias, o Cafe Mocca, o Double Double, Cappuccino, Vanilla, Ice Coffee... Tim Hortons (e seu slogan "Always Fresh"), Second Cup, Starbucks.

Na estrada

Viajei... Conheci terras francesas na América. Fui ao Carnaval Quebecois de Inverno (sensação térmica de -25°C), ao IglooFest... tive ótimas experiências e histórias em vários lugares. Cantar 'Your Song' descendo o Mont Royal ou então me deparar com uma discotecagem tão boa a ponto de tocarem The Smiths em Ottawa.


As pessoas

Entre as andanças, passei muitas horas dentro de carros, cortando as estradas com amigos intercambistas de todos os lugares do mundo. Passei apuros em meio à nevasca a caminho de Quebec City, e vi tantos lugares interessantes em cada cidade que cruzamos. Também viajei de trem e eu acredito que nunca vou me esquecer o quão interessante foi a chegada a Montreal.

Em meio a tudo isso conheci histórias do mundo, conheci mais o mundo. Me apaixonei pelo mundo. Toronto - o próprio nome diz, é um lugar de encontro. Uma das cidades mais cosmopolitas do mundo, com gente de todas as partes do planeta. Não tem como conviver com tanta diversidade e continuar o mesmo.

E em cada momento, em cada detalhe, lá estavam pessoas tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais. Pessoas que começam a ir embora, que planejam continuar suas vidas, é claro, levando consigo toda a bagagem de intensos 5 meses canadenses (eu ainda fico na América do Norte até Julho). Não é nenhum exagero dizer que experiências como estas mudam nossas vidas.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

"Pânico 4" e minha adolescência revivida


Sim meus caros, era final da década de 90 e lá estava um garoto curioso com os seus amigos de colégio assistindo todo o suspense de um assassino implacável que rodeava estudantes de uma cidade qualquer. Eu lembro de me reunir com colegas de sala para assistir os filmes em série, um atrás do outro. Era o revival do suspense no final daquela década?

Não posso dizer que sim, mas posso afirmar que ao lado de "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado", aqueles foram os filmes que estavam sempre presentes nas reuniões descontraídas com pipoca e guaraná de uma galera que alugava VHS - na época, se escolhesse a cópia dublada a locação saía mais cara (eu sempre preferia a legendada, a despeito da maioria dos meus colegas). Outros tempos... Se esquecesse de rebobinar a fita, levava multa também.

E tudo isso voltou à minha mente devido à massiva campanha de lançamento de Scream 4 aqui na América do Norte. Por todos os lados estão banners, matérias e outdoors do filme. No streetcar que cruza o centro, nas estações de metrô... enfim, não tem como fugir da tal 'máscara' que eu, confesso, havia me esquecido desde os tempos do ensino fundamental.

Se eu vou conferir o filme no cinema? Bom, isso eu ainda não sei. Mas confesso que assisti o trailer e achei interessante reunir de novo peças fundamentais da série como Courtney Cox e Neve Campbell (esta última é capa do jornal semanal de cultura canadense 'Eye Weekly'). Pelo que vi, o assassino agora vai entrar no mundo da internet, o que pode ser a grande sacada do filme para a nova geração.

Um fato que me chamou a atenção foi o material publicitário do novo filme: "New decade. New rules". O tempo passou e as regras do assassino também. O tempo passou, e me fez pensar que eu - na altura dos meus vinte anos - deixei há algum tempo aquela vida pacata entre 'homeworks' do curso de inglês e filme na casa de um colega no interior. O tempo implacavelmente passou e é gostoso relembrar aquele tempo, e rever no YouTube cenas dos filmes antigos... Mas hoje eu me pergunto: atrás daquela máscara, teria o assassino o poder de prender minha atenção tanto tempo depois?

Só me resta esperar o telefone tocar, e aquela voz dizer uma vez mais, "Hello Sidney!". Então eu terei a resposta.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

PHOTOSPHERE



E você pode ir para o centro da cidade e apenas observar o fluxo natural das pessoas que caminham pelas ruas - a maioria passa rápido, outras são livres para sentar em um banco, ou ganham a vida pelas esquinas do mundo. 


Os prédios tocam o céu e pássaros sobrevoam guiados por ventos perigosos em meio às construções urbanas. 





Talvez você se sinta como um estranho justamente por estar ali temporariamente, como um peregrino que logo seguirá para outros cantos. Talvez haja tantas diferenças e em meio a tudo isso você encontre semelhanças. E isso faz tudo valer a pena.

Flickr: http://www.flickr.com/photos/periclescarvalho

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Estórias

Década de 70. Uma estudante de Medicina decide viajar de Ontario para Quebec, e curtir a vida. Por lá ela diz ter encontrado uma juventude efervescente e cheia de vida, que acabou inspirando-a a deixar o curso e ficar por ali algum tempo. As mudanças foram inevitáveis, e ela estudou Teatro.

Trabalhou como atriz, produtora e roteirista. E não seria exagero dizer que fizera muitas outras coisas relativas ao mundo das artes. Eram tempos distintos, é claro...

Segunda década do século XXI. Um jovem decide abandonar o acampamento religioso em Toronto, e sai em busca de um lugar para ficar. Ligar para casa pedindo ajuda seria inadmissível, ainda mais estando a família em outro país, no globo sul. Mas foi em um bar que ele encontrou alguém que o ajudou. Largou o curso, e considera-se um tanto quanto jovem para tomar decisões sérias...

Estes são apenas dois personagens de um jantar épico em uma casa maravilhosa - não só pelas pessoas que ali estavam, mas também pela história que a cerca.

Os anfitriões eu havia conhecido um dia antes, em uma rua de Toronto. Éramos muitos "intercambistas" ávidos por histórias e personagens novos. É interessante conhecer pessoas, e eu diria mais - é essencial que a vida seja assim. Aquelas pessoas vão ficar para sempre na minha memória como personagens tão peculiares e especiais que dividem o mesmo espaço todos os finais de semana, sempre recebendo pessoas de diversos lugares.

Devo agradecer à primavera, que me permitiu andar livremente pelas ruas e encontrar as mais diversas e interessantes peculiaridade daqui. Mas é bom me lembrar do dia do tal jantar: manhã com céu azul, tarde cinzenta e a noite - mais uma vez - neve.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Home... That's where the heart is!

Quando cenas marcantes conseguem traduzir exatamente o que você sente...




"You know that point in your life when you realize the house you grew up in isn't really your home anymore? All of a sudden even though you have some place where you put your shit, that idea of home is gone. You'll see one day when you move out it just sort of happens one day and it's gone. You feel like you can never get it back. It's like you feel homesick for a place that doesn't even exist. Maybe it's like this rite of passage, you know. You won't ever have this feeling again until you create a new idea of home for yourself, you know, for your kids, for the family you start, it's like a cycle or something. I don't know, but I miss the idea of it, you know. Maybe that's all family really is. A group of people that miss the same imaginary place." (Garden State)