terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

#thought Feb 2012


Crescer - não existe nada mais doloroso do que se ver em meio a decisões, planos e possibilidades. Quando existem vários caminhos, as coisas se tornam ainda mais dolorosas, de modo que acabamos exercendo toda a nossa imaturidade diluída em doses homeopáticas de pensamentos e questionamentos que parecem não ter fim. Como será o futuro? O que virá? Qual é o próximo passo?


Acho que é normal para um jovem de vinte e poucos anos refletir sobre o futuro, vislumbrando acontecimentos maiores e sonhos apoteóticos. O fato é que sempre haverá uma tensão entre o que somos hoje, quem nós gostaríamos de ser e quem, de fato, seremos. É um jogo cruel entre presente, passado e futuro. Talvez nunca consigamos equacionar essas tensões e sermos aquilo que projetamos. Eu já escrevi sobre isso aqui neste mesmo espaço em outras ocasiões.


E falo dessas coisas porque me aproximo do fechamento de um ciclo - eis que chegou a formatura, o momento de olhar para frente e construir uma carreira. Passando pelo campus universitário no final de tarde, acabei me deparei com jovens de cabeça raspada exatamente como eu há alguns anos atrás.

Da calçada, observando os recém matriculados eu refleti a respeito de quantas possibilidades estavam diante de mim, quantos caminhos eu poderia seguir,  e o que eu fiz nos últimos quatro anos da minha vida. Eram tempos diferentes -  ano de 2008, quando o jornalismo soava mais como um ideal do que como ganha pão. Era tudo mais 'leve'.

A juventude me trouxe experiências novas, interessantes. Consigo ver o mundo diante de mim, e me ocupo agora em tentar capturar cenas dos lugares, me lembrando dos aromas e dos tempeiros.  Na universidade me tornei viajante, conheci muitos lugares do país e também desbravei outras fronteiras. Como aprendi! Mas também me frustrei com temas profissionais, me acostumei com outros.

O que vem no pacote? Ilusões, frustrações, decisões acertadas, decisões erradas - mas sobretudo, ótimos momentos que nunca sairão da minha memória. Como saberemos se estamos no caminho certo? Talvez nunca. Talvez daqui há 10 anos... 
Não gosto de despedidas e tenho a nostalgia como sobrenome. Essa carga pesada eu terei de aprender a carregar por onde quer que eu vá, cada canto dessa cidade ou desse mundo.

E carregar tal peso (de lembranças, amores e frustrações) se faz necessário, até que eu aprenda a ver beleza nas coisas simples: no dia que nasce, no sol que se põe, na cachoeira, em um livro, na cerveja matinal enquanto leio o jornal.

Quando a maturidade chegar, eu deixarei de me lamentar tanto, e talvez perceba com certa obviedade que tudo termina como realmente tem que terminar - e nessa loucura que é a vida, tudo isso faz sentido.

Meus sonhos estão frescos, todos empilhados na minha cabeça, a espera de um momento exato, de um filete de água que cairá por entre as fendas de uma caverna escura. Basta escutar o barulho singelo de um pingo ao chão.

Hoje eu sei exatamente o que quero, e quais caminhos pretendo trilhar. É uma versão de mim mesmo absolutamente diferente daquela que perambulava pelos prédios da universidade e que escrevia aqui sobre assuntos diversos. Por enquanto eu sigo cheio de questionamentos, e essa premissa é irrevogável a mim e, creio, a todos os seres humanos. Todos os dias enfrento batalhas comigo mesmo, tentando vencer meus medos, preconceitos e o orgulho; fazendo morrer tudo aquilo que me torna uma pessoa egocêntrica, má e mesquinha.

Acho lá no fundo que isso significa aprender a morrer. A cada dia deixar algo para trás, alguma marca, algum estigma. Ocupar-se do outro, do coletivo, não ser tão materialista, compartilhar viagens, experiências, casos e acontecimentos, histórias e crenças.

Há algum tempo eu ouvi em algum filme a frase: This is not the end, but a fantastic beginning. Sim, o mundo me assusta muito, mas não me impede de prosseguir, simplesmente porque tudo o que vivi até agora foi apenas o início de uma longa jornada. 

"All along I thought
I was learning how to take
How to bend not how to break
How to live not how to cry
But really I've been learning how to die"
(Jon Foreman)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

A cry from Amazon

Zé Cláudio and Maria - 2010
2011 - THE DEATH OF ZÉ CLÁUDIO AND MARIA

If a bunch of rainforest activists get murdered in the Amazon, does it make anyone give a shit?


Maria's sister went to the United Nations days ago to receive a prize in name of the activists. Sad story never covered by Brazilian news corporations. She got the prize, but she still scared in the middle of Amazon. 


Toxic Amazon - full documentary
here.



terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Egito: Histórico de violência contra ativistas


Post interessante, em português, sobre a violência da polícia egípcia frente aos protestos de ativistas. Salma Said foi atingida por balas de metal enquanto filmava ações no Cairo. Em tempos de blogosfera ativa e fluidez das redes sociais, a ação truculenta de polícias e governos não ficam ocultas por muito tempo.


Today's Blogal: #Egypt: Victim of Police Brutality (Activist @salm...: Postado originalmente por msamae83 em http://youtu.be/L3Sd9twC8OM Originally posted by msamae83 at http://youtu.be/L3Sd9t...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

QUOTE



"O tipo de esperança sobre o qual penso frequentemente,... compreendendo-a acima de tudo como um estado de mente, não um estado do mundo. Ou nós temos a esperança dentro de nós ou não temos; ela é uma dimensão da alma, e não depende essencialmente de uma determinada observação do mundo ou de uma avaliação da situação...

[A esperança] não é a convicção de que as coisas vão dar certo, mas a certeza de que as coisas têm sentido, como quer que venham a terminar."


HAVEL, Václav. 1936 – 2011